O Caso de AI-Washing na Indústria de Investimentos
A Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos recentemente resolveu uma série de acusações contra uma empresa de trading que alegadamente enganou investidores sobre o uso de inteligência artificial (IA) para realizar operações automatizadas em criptomoedas e outros ativos. Este caso destaca as implicações éticas e legais associadas à utilização de terminologias tecnológicas, que muitas vezes podem se configurar em distrações ou mesmo em fraudes.
Contexto da Acusação
O CEO da Rimar LLC e Rimar USA, Itai Liptz, juntamente com o membro do conselho Cliffard Boro, arrecadaram quase US$ 4 milhões de 45 investidores ao alegar que poderiam utilizar a IA para negociar criptomoedas, ações, títulos e outros investimentos. Segundo a SEC, essas afirmações eram enganosas e não refletiam a realidade das operações da empresa.
Alegações da SEC
- A SEC afirmou que não houve nenhum uso real de IA pela Rimar, caracterizando as alegações como meras “buzzwords” utilizadas para iludir os investidores.
- O termo “AI-washing” foi utilizado pela SEC para descrever a prática de se fazer alegações infundadas sobre o uso de tecnologias emergentes.
“Através de entidades que controlava, Liptz atraiu investidores e clientes com múltiplas fabricacões, incluindo palavras-chave sobre a mais recente tecnologia de IA”, disse Andrew Dean, Co-Chefe da unidade de gestão de ativos da SEC.
Consequências Legais
A Rimar USA concordou em resolver as acusações, pagando um total de US$ 310.000 em penalidades civis, sem admitir ou negar as constatações do regulador. Liptz, por sua vez, concordou em pagar uma quantia relacionada a disgorgement e juros pré-julgamento totalizando US$ 213.611, e uma penalidade civil de US$ 250.000. Além disso, ele ficará sujeito a uma proibição de companhia de investimento e a uma restrição associacional. Boro aceitou pagar uma penalidade civil de US$ 60.000, enquanto a Rimar LLC consentiu em ser censurada.
A Vigilância da SEC sobre o Uso da IA
A SEC já havia alertado o público sobre como alguns “maus atores” poderiam utilizar termos chamativos relacionados à IA para enganar potenciais investidores. Andrew Dean enfatizou:
“À medida que a IA se torna mais popular no espaço de investimentos, continuaremos vigilantes e a perseguir aqueles que mentem sobre as capacidades tecnológicas de suas empresas e se envolvem no ‘AI-washing’.”
Considerações Finais
O caso da Rimar ressalta a necessidade de uma maior regulamentação e entendimento sobre o uso de tecnologias emergentes na área financeira. A prática de enganar investidores através de jargões tecnológicos não só compromete a integridade do mercado, mas também aumenta a desconfiança em relação às verdadeiras inovações tecnológicas.
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autor original:
Mathew Di Salvo
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