O CEO da Tether Paolo Ardoino negou relatos sobre a empresa estando sob investigação nos EUA.
A clarificação de Ardoino vem após um relatório do Wall Street Journal que alegou que promotores federais em Manhattan estão supostamente investigando o emissor de stablecoin.
Ardoino disse:
“O WSJ está regurgitando barulho antigo. Ponto final.”
A Tether também negou as alegações de investigação em uma declaração oficial e criticou o Wall Street Journal por “reportagem irresponsável.” A empresa acrescentou:
“Essas histórias são baseadas em pura especulação, apesar de a Tether confirmar que não tem conhecimento de quaisquer investigações sobre a empresa.”
A Tether também afirmou que o artigo “ignorou” seus esforços “bem documentados” para reprimir atores mal-intencionados em colaboração com autoridades ao redor do mundo.
As alegações de investigação surgem após a Tether reiterar seu compromisso com a aplicação da lei em setembro. A empresa de cripto revelou a criação de uma Unidade de Investigações Externas dedicada, composta por ex-agentes da lei, promotores e analistas forenses.
Além disso, a Tether afirmou que auxiliou 180 agências em 45 jurisdições, congelou mais de 1.850 carteiras ligadas a atividades ilícitas, recuperou quase $114 milhões e bloqueou $225 milhões relacionados a fraudes antes de receber ordens legais.
Rumores de uma investigação
De acordo com o relatório do WSJ, as investigações estariam supostamente relacionadas a potenciais violações de sanções e abusos de lavagem de dinheiro relacionados ao Tether USD (USDT).
O relatório citou fontes anônimas que afirmaram que autoridades dos EUA estão examinando se terceiros usaram o USDT para financiar atividades ligadas a tráfico de drogas, terrorismo e cibercrime ou para lavar produtos ilícitos.
Além disso, o jornal alegou que o Departamento do Tesouro estaria ponderando sanções contra a Tether devido ao seu alto uso entre entidades sancionadas, incluindo grupos como o Hamas e comerciantes de armas russos.
Quais as implicações legais do uso de stablecoins em atividades ilícitas?
As implicações legais do uso de stablecoins em atividades ilícitas são significativas e abrangem várias dimensões. Entre as stablecoins mais conhecidas, o Tether (USDT) se destaca, especialmente em investigações recentes que levantam questões sobre sua conformidade e uso em atividades ilegais.
Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo
Stablecoins, como o Tether, podem ser utilizadas para lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo devido à sua relativa anonimidade e facilidade de transferência global. As autoridades estão preocupadas com o potencial de stablecoins serem usadas para financiar atividades ilícitas, como tráfico de drogas, terrorismo e cibercrime.
Violações de Sanções
O uso de stablecoins por entidades sancionadas é outra área de preocupação. Por exemplo, uma reportagem do Wall Street Journal menciona que autoridades dos EUA estão examinando se o Tether USD (USDT) foi usado por entidades sancionadas, como o Hamas e comerciantes de armas russos, o que poderia levar a sanções contra a Tether.
Regulamentação e Conformidade
As autoridades reguladoras enfatizam a necessidade de que os fornecedores de stablecoins implementem normas internacionais para prevenir o uso de suas redes para atividades ilícitas. Isso inclui a aplicação de regulamentos contra lavagem de dinheiro (AML) e Know Your Customer (KYC), além de auditorias e relatórios regulares. A conformidade é essencial para garantir que o Tether e outras stablecoins operem dentro dos limites legais.
Riscos para a Estabilidade Financeira
O uso de stablecoins em atividades ilícitas também pode afetar a estabilidade financeira, especialmente se essas moedas se tornarem amplamente aceitas e substituírem moedas locais em países com instituições fracas. Isso poderia prejudicar a política monetária, o desenvolvimento financeiro e o crescimento econômico.
Proteção dos Consumidores e Interoperabilidade
Para mitigar os riscos, as autoridades precisam garantir a proteção dos consumidores e a interoperabilidade dos serviços de pagamento. Isso inclui regulamentar as stablecoins de forma a garantir que os recursos dos clientes estejam seguros e protegidos contra corridas aos bancos e outras ameaças financeiras.
Exemplos de Regulamentação
Exemplos de regulamentação incluem a BitLicense do Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York (NYDFS), que impõe rigorosos requisitos de conformidade, incluindo capital mínimo, regulamentos AML e KYC, e auditorias. No Brasil, o Projeto de Lei n° 4.401/2021 e o Projeto de Lei n° 3825/2019 buscam regulamentar o mercado de criptoativos, incluindo medidas de combate à lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas.
Conclusão
As implicações legais do uso de stablecoins, como o Tether (USDT), em atividades ilícitas são complexas e demandam atenção das autoridades reguladoras. A necessidade de compliance, regulamentação rigorosa e proteção ao consumidor são fundamentais para garantir que essas moedas digitais não sejam utilizadas para fins ilegais. A investigação em curso sobre o Tether destaca a importância de uma abordagem proativa para mitigar os riscos associados ao uso de stablecoins no contexto financeiro global.
Fontes de pesquisa:
- Wall Street Journal: Federal investigators probe cryptocurrency firm Tether
- IMF: Moedas digitais: A ascensão das stablecoins
- Artigo: CRIPTOMOEDAS: SEUS DESAFIOS DE REGULAMENTAÇÃO E OS IMPACTOS A INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CENTRALIZADAS
- Artigo: A regulação de criptoativos no Brasil e suas implicações no combate à lavagem de dinheiro
Fonte
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